pdca
PDCA: origem, conceitos e variantes dessa idéia de 70 anos
Claudemir Y Oribe - Mestre em Administração e Sócio Consultor da Qualypro
Antecedentes do PDCA
Como muitos sabem, a origem do PDCA se deu a partir do ciclo de Shewhart, engenheiro americano e que foi o introdutor do controle estatístico para o controle da qualidade. Mas os fragmentos que lhe deram origem se desenvolveram ao longo de, pelo menos, 300 anos de pensamento filosófico. Desde o período conhecido como revolução científica, no século XVII, os pensadores europeus, como Copérnico, Kepler, Telésio e da Vinci, já se indagavam sobre a melhor maneira de desenvolver conhecimentos válidos e que substituíssem os questionáveis dogmas da Igreja Católica acerca do mundo físico, que eram baseados, sobretudo, na metafísica aristotélica. Nessa época Galileu Galilei estabeleceu a primeira sequência de passos para a geração de conhecimentos válidos, composta pela observação, análise, indução, verificação, generalização e confirmação[i]. Outros filósofos, como René Descartes e
Francis Bacon, também descreveram seus métodos, cada qual fundamentado em sua própria crença sobre o melhor caminho a seguir para chegar ao mesmo ponto: o conhecimento. Como a intenção não era resolver problemas, a sequência não continha etapas de aplicação do conhecimento adquirido. Mais adiante, outros filófosos acabaram influenciando a criação do
PDCA para se tornar tal qual o conhecemos nos dias de hoje.
Além dos princípios da ciência, a grande inspiração para a criação do PDCA foi atribuída por
Shewhart e Deming aos americanos Clarence Irving Lewis (1883-1964)[ii] e John Dewey (18591952), dois dos fundadores da escola filosófica do pragmatismo[iii]. A idéia de um “ciclo” foi desenvolvida por Dewey ao imaginar como funciona a relação entre a ação humana e o domínio social ao qual pertence. Para ele, a reflexão para a solução de problemas contém cinco passos logicamente distintos: perceber a dificuldade,