seminario
Adriana dos Reis Silva*
E
Resumo ste artigo tem como objetivo investigar a obra Diva, de José de Alencar, à luz dos estudos de Ducrot sobre a polifonia;
Benjamim acerca do narrador; a noção sobre “a perspectiva e o tom”, segundo Bosi; assim como algumas considerações sobre o “Narrar ou descrever”, de Lukács.
Palavras-chave: Polifonia; Narrador; Perspectiva; Tom.
A obra literária nos propicia uma (re)ordenação da faculdade de perceber o mundo, ampliando os horizontes do ser humano. Sendo assim, a partir deste processo, a base de determinados padrões sociais passa a ser reconhecida pelo sujeito, propiciando a ele uma visão crítica acerca das representações estabelecidas pelas sociedades: é a consciência do indivíduo despontando.
Nas palavras de Candido (2004), a literatura, em uma dada sociedade, pode se constituir como um “instrumento poderoso” que educa e, ao mesmo tempo, instrui. As criações estabelecidas pelas obras literárias podem desmitificar certas questões culturais, sociais e históricas.
“A literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apóia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas.”
(CANDIDO, 2004, p. 175).
Sob essa ótica, a literatura funda, com a humanidade, uma possibilidade dialogal, propícia para a construção e trocas de saberes, crenças e valores, advindos de culturas e sociedades distintas.
A interpretação da obra literária demanda uma atividade sagaz por parte do leitor/interpretante. Bosi, sob essa percepção, afirma que a função do intérprete seria a de “decifrar essa relação de abertura e fechamento, tantas vezes misteriosa, que a palavra escrita entretém com o não escrito.” (BOSI, 1988, p. 277). Percebe-se, assim, que o
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Diva: as distintas possibilidades acerca da literariedade
Doutoranda em Literaturas de Língua
Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais –
PUC