semeador e ladrilhador

A fundação das cidades como instrumento de dominação

Sérgio Buarque de Holanda foi correspondente internacional dos Diários de Berlim, cidade que visitava esporadicamente para realização de atividades acadêmicas. Foi nesse contexto que entrou e contato com a sociologia alemã, especialmente com a obra do sociólogo alemão Max Weber, justamente entre 1929 e 1930. ”Raízes do Brasil” foi publicada em 1936 e mostra claramente a marca que a sociologia weberiana deixou sob Sérgio Buarque de Holanda.
Dentro das Ciências Sociais brasileira, Raízes se apropriou de aspectos fundamentais da teoria weberiana para a compreensão da sociedade brasileira. Mas do que isso, a obra esta fundamentada na própria metodologia weberiana e como o autor utiliza-se dela em sua analise da fundação da sociedade brasileira.
Com efeito a habitação em cidades é essencialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida em que se opõe á natureza. Para muitas nações conquistadas a construção de cidades foi o mais decisivo instrumento de dominação que conheceram. Max Weber, mostra como a fundação das cidades representou para o Oriente Próximo e particularmente para o mundo helenístico e para Roma imperial, o meio especifico de criação de órgãos de poder. Com base nos órgãos de poder (monarquia), a forma de dominação que se encaixaria em Raízes do Brasil, segundo a teoria política weberiana é o patrimonialismo, um modo de exercício legitimo de poder político, ancorado no tipo de “dominação tradicional”. A partir da análise do fundamento da legitimidade de dar ordens e a respectiva obediência pelos súditos, weber intenta descobrir como se procede o fenômeno da dominação no seio das relações sociais.

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