Resenha - O semeador e o ladrilhador
O texto O Semeador e o Ladrilhador, escrito por Sérgio Buarque de Holanda1 em seu livro Raízes do Brasil, foi publicado em 1936. Nessa época, o Brasil era movido pelo pensamento modernista, buscava a construção da imagem nacional, talvez ai encontram-se as pretensões do autor ao escolher o título de sua obra. Numa tentativa de aprofundar-se em como é formada e a partir de que princípios evoluíram a sociedade, a política e a economia do nosso país.
Seu texto trata basicamente de como as cidades influenciaram a dominação das colônias pelas metrópoles, usando como contraponto dois tipos de colonização quase que opostos no modo de domínio, a colonização portuguesa e a espanhola. Cada uma segundo suas ambições utilizou de diferentes meios para povoar suas colônias desde o traçado escolhido para as cidades até o local onde estariam situadas. O que tentaremos compreender aqui são as principais diferenças entre as duas e até onde as ideias de Sérgio Buarque encontram-se embebidas de suas concepções pessoais, concordando ou contrapondo seu ponto de vista com base nos escritos de José Luís Romero2.
Para ambos os autores é indiscutível o papel da cidade como instrumento dominador, Sérgio Buarque afirma que para muitas nações foi a maior arma de dominação conhecida, Romero descreve a cidade como perfeito instrumento de dominação religiosa, militar e econômica. Para a Igreja servia como centro de catequese e de onde controlavam-se os novos convertidos. Para a proteção das novas terras conquistadas de possíveis interessados, adquiria localização estratégica e instalações de feitorias que garantiam os lucros. Sendo assim, segundo Romero, a cidade rica e protegida militarmente, garantia o controle e a segurança dos conquistadores.
Outra importante ideia de que compartilhavam os dois autores foi a de que a cidade não desempenhou o mesmo