Segunda teoria da angustia
SANTA MARIA 2013
Introdução
Segundo Freud (1916-1917/1976), tematizar sobre a angústia implica a consideração permanente do fazer clínico. Lacan (1962-1963/2005, p. 13), nessa perspectiva, destaca que o analista é posto à prova na condução do tratamento, em relação à percepção do quanto de angústia pode seu paciente suportar, o que demarca um fenômeno e um conceito imprescindíveis para a psicanálise.
A angústia ocupa um lugar de fundamental relevância em toda a teorização freudiana. A partir da Primeira Teoria da angústia, ou Teoria Tóxica da Angústia, Freud evolui para a Segunda Teoria, onde a angústia passa a estar ligada às pulsões de auto conservação, e tendo a sua percepção através do Ego, embora sua sede esteja no Id.
Até 1926, Freud definia angústia como um afeto que tomara essa tonalidade devido ao recalque. Por outro lado, destaca-se nitidamente seu caráter de moeda corrente como um afeto que serviria para tudo, pelo qual seria trocado qualquer afeto, desvinculado de sua ideia original após a separação efetivada pelo recalque (Freud, 1916-1917/1976). Assim, a angústia seria aqui uma amostra de que houve recalque, um anúncio e uma denúncia de que o eu negara acesso a alguma representação inconsciente. Dessa forma, ao mesmo tempo em que ela velava uma realidade, a da castração, ela a exibia. Havia ali ocorrido algo que não devia ocorrer novamente: a entrada de uma representação inconciliável, que denunciava a castração. A questão principal aqui é a da origem do recalque, e, em consequência, da neurose. Assim, há interesse essencial na defesa que, em Inibições, Sintomas e Ansiedade, toma seu caráter de intervenção contra as moções pulsionais edípicas. Em 1916, Freud acentua que o problema da angústia constitui um ponto no qual convergem os mais diversos e importantes problemas e um enigma cuja solução irá projetar intensa luz sobre toda nossa vida psíquica (Freud, 1916- 1917/1976, p. 458).
Freud coloca a