As Faces da Angústia na Contemporaneidade
3074 palavras
13 páginas
Introdução A angústia, tema tão frequentemente abordado por suas facetas, é um sentimento inerente aos homens. Tal sentimento, como ponto médio entre o outro e o sujeito, remete ao desprazer que é importante para chegar a um ponto diferente do que se encontra, através da elaboração. Visto que, apesar da inquietude que traz a alma, pode também mover a uma elaboração, ao invés de acomodar-se. Quando há uma descarga repentina, diante de um mesmo trilhamento, simplesmente não há produção de algo novo, e sim repetições. Mas quando há elaboração e sublimações pode-se observar de produções artísticas esplêndidas até novos meios de lidar com situações, a novos investimentos. A angústia pode levar aos extremos da condição humana. Atualmente recebemos estímulos e informações com uma rapidez incrível, e somos constantemente invadidos por todo esse contingente. As identificações não vêm facilmente muitas das vezes. Então, diante de discordâncias, buscam-se semelhanças e identificações, a todo o momento. Essa dinâmica de questionamentos, acúmulo de cobranças e informações em exagero por parte do cotidiano e de nossa maneira de viver atualmente, podem fazer com que a vida torne-se demasiadamente angustiante. A velocidade que circulam informações, o constante e massivo estímulo ao consumo exacerbado, o alto grau de competitividade, as exigências pré-determinadas dos caminhos a serem seguidos, consiste na visão etapista e arbitrária de uma sociedade na qual a urgência, velocidade e competição dominam o cenário dos sujeitos. Todo esse processo remete a angústia, diante da expectativa de certezas e determinações para seres repletos de incertezas. O homem não é autossuficiente, por mais que cultura do individualismo exagerado o queira assim. Os seres humanos desde a mais tenra infância já experimentam o desamparo, assim como a necessidade do outro para viver e afirmar-se. Os bebês