Angustia de castração
RESUMO: O texto procura trabalhar a questão da angústia na obra de Freud, tentando explicar a angustia de castração, citando alguns outros conceitos para que isso possa ficar claro, e também o clássico caso do pequeno Hans, que veio ilustrar de maneira bastante rica os componentes envolvidos neste processo.
PALAVRA CHAVE: Castração, Neurose, Trauma Sexual.
Embora a elaboração deste conceito tenha sido uma das consequências teóricas da análise de um garoto de cinco anos feita por Freud através do pai do menino, que ficou conhecida como o caso do pequeno Hans (”Análise da fobia de um garoto de cinco anos de idade” in Edição Standard Brasileira da Obra Psicológica Completa de Sigmund Freud, vol. X, Editora Imago, RJ), ele só foi descrito a primeira vez em 1908 no artigo Sobre as teorias sexuais infantis (idem, vol. IX): a teoria que atribui um pênis a todos os seres humanos só pode explicar pela castração o fato das meninas não o terem.
Anos mais tarde (1923) Freud escreveu A Organização Genital Infantil: uma interpolação à teoria da sexualidade (idem, vol. XIX) onde descreve a fase fálica, a organização genital infantil que reconhece apenas o masculino e cuja alternativa é a ausência, a castração.
O complexo de castração tem um lugar fundamental na evolução da sexualidade infantil. Sua estruturação e seus efeitos são diferentes no menino e na menina. O menino teme a castração como a realização de uma ameaça paterna em resposta às suas atividades sexuais (cujo objeto original é a mãe), do que advém a intensa angústia de castração. Na menina, a ausência do pênis é vivenciada como um dano sofrido e que ela procura negar, compensar ou reparar.
Em relação ao complexo de Édipo, o complexo de castração também se situa de maneira diferente em cada sexo: para a menina, a busca do pênis paterno (e seus equivalentes simbólicos, como ter um filho do pai) equivale ao momento de entrada no Édipo, enquanto que, no menino, o surgimento da angústia