Segredos dos EUA
Durante os anos da Guerra Fria, desde o final da II Guerra Mundial até a queda do Muro de Berlim, qualquer fato pontual dos EUA ou da URSS era susceptível de más interpretações que poderiam terminar em um novo conflito bélico a nível mundial e, ao mesmo tempo, ambos tratavam de demonstrar sua fortaleza um em frente ao outro. O caso mais absurdo e perigoso de demonstrar os dotes foi o Projeto A119, planejado em 1958, que consistia em detonar uma bomba atômica na Lua. Esse plano daria aos Estados Unidos o ânimo que precisavam depois de terem visto os adversários colocarem em órbita o primeiro satélite artificial ao redor da Terra, o Sputinik 1.
Aquele projeto, como outros muitos durante a Guerra Fria, estava classificado como Top Secret, Entre as pessoas que colaboraram com cálculos avaliados pelo governo americano estava o astrônomo Carl Sagan que, na época, era bastante jovem. A sorte é que Sagan e outros civis convidados a fazer uma estudo de viabilidade desta loucura, com um pouco mais de senso crítico que os militares, relacionaram todas as às consequências, ainda que não sabiam prever os efeitos colaterais a médio e longo prazo, daquela amostra imbecil de poder, e por sorte decidiram eliminar este plano.
O físico Leonard Reiffel confirmou a existência do projeto em uma entrevista para a CNN em 2000. Ele também participou do estudo de viabilidade desta loucura.
- "Deixei claro desde o princípio que aquela coisa estúpida suporia um enorme custo para a ciência causando a destruição do meio-ambiente lunar, mas a Força Aérea americana só estava interessada em saber se a explosão nuclear teria alguma consequência sobre a Terra e se seria visível a olho nu. Mas, sem dúvida, tecnicamente o projeto era viável", disse Reiffel.
O Projeto A119 foi cancelado oficialmente em janeiro de 1959. Os documentos secretos que comprovam a existência do plano foram mantidos em segredo por quase 45 anos e os EUA nunca