Scala Naturæ
Generatione Animalium
Fabiana Vieira Ariza *
Lilian Al-Chueyr Pereira Martins #
Resumo: A idéia de scala naturæ ou da “cadeia do ser”, presente no vocabulário da filosofia e da ciência ocidental, remonta aos gregos antigos e partia do senso intuitivo de que as coisas vivas pudessem ser alinhadas numa hierarquia de complexidade a partir da posição mais alta – ocupada pelo ser humano – até o ser vivo mais primitivo. Até o início do século XIX constituía a concepção mais familiar do esquema geral das coisas e padrões do universo. Nesse esquema, cada espécie podia ser colocada em uma única posição, cujos relativos se situavam imediatamente acima ou abaixo, de maneira que os pontos (mais altos e mais baixos, na cadeia) ficavam unidos via uma série regular de passos intermediários. Para muitos autores, principalmente no século XVIII, representava a ordem seguida pela criação. O objetivo deste trabalho é discutir até que ponto a idéia de scala naturæ estava presente no tratado De generatione animalium de Aristóteles (384-322 a.C.). Considerando as informações contidas nesta obra, foi possível reconstruir sua escala de perfeição e identificar os diferentes critérios que ele utilizou para elaborá-la tais como: o grau de calor, as formas de reprodução e geração. Entretanto, a hierarquia apresentada por Aristóteles não tem conotação evolutiva, estando em harmonia com sua visão cosmológica.
Palavras-chave: história natural; Aristóteles; scala naturæ
Aristotle’s scala naturæ in the treatise Generatione animalium
Abstract: The concept of scala naturæ or “chain of being” that belongs to the vocabulary of the Western philosophy and science, goes back to the Ancient Greeks and starts from the naturalist’s intuitive grasp that living things might be ranked in a
* Mestre em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Rua Benedito Luiz Rodrigues, 815, Nova Petrópolis. São Bernardo do