Os erros da biologia evolutiva
“Anacronismo” é um fenômeno ou uma situação que ocorre num tempo ou numa época na qual não se esperava que ela ocorresse. Às vezes, o anacronismo ocorre quando conhecimentos e costumes recentes são transferidos para o passado, como em Os Flintstones. Em outras ocasiões, mais infelizes por não se tratarem de uma obra de ficção, elas ocorrem quando costumes antigos persistem nos tempos modernos, como a astrologia – aliás, já compartilhei o pensamento de Feynman a esse respeito aqui.
Os astrólogos dirão, como já ouvi inúmeras vezes, que os cientistas não têm capacidade de entender. Dirão que quem defende a ciência tem a cabeça fechada, que quem defende a ciência é incapaz de mudar de opinião e incapaz de compreender a totalidade do mundo ou a existência de coisas que vão além da quantificação.
Contudo, é quase que exatamente o contrário, e isso depende de como definimos o que é ter “uma mente aberta”. Vejamos.
Mais do que apontar o que é correto e real, a ciência é uma excelente ferramenta para mostrar o que não existe, o que não funciona, o que é balela. Essa é uma das grandes virtudes da ciência, mostrar que uma ideia ou uma explicação para um fenômeno está errada, e não é de se espantar que essa virtude tenha, ao longo do tempo, angariado um número tão grande de inimigos e antipatizantes, compreensivelmente irritados com o fato de suas crenças, algumas delas milenares, terem sido claramente refutadas e rejeitadas. Ao contrário de tantas outras áreas do saber, não existe (ou não deve existir) nada de sagrado e de imutável nas ciências: o cientista deve estar aberto às evidências, e mudar aquilo que deve ser mudado. Se evidências sólidas e inquestionáveis num futuro próximo mostrarem, por exemplo, que o DNA não é o responsável pelo armazenamento das informações genéticas não nos restaria nada a fazer senão aceitar o fato, sem chororô, mudar as teorias existentes e entender que estivemos errados por 70 anos (desde 1944), e “bola para