Saúde
Does Creatine Supplementation Harm Renal Function?
Bruno Gualano1* Carlos Ugrinowitsch1 Antonio Carlos Seguro2 Antonio Herbert Lancha Junior1 1. Escola de Educação Física e Esporte – Universidade de São Paulo 2. Faculdade de Medicina – Universidade de São Paulo Endereço para correspondência: Avenida Professor Mello Moraes, 65. Butantã. 05508-900. São Paulo, SP. Brasil, telefone: 51 11 3091 3096 Fax: 51 11 3091 3136 E-mail: gualano@usp.br Submetido em 14/02/2007 Versão final recebida em 27/08/2007 Aceito em 06/09/2007
Artigo De revisão
RESUMO
Enquanto o consumo de creatina por atletas e praticantes de atividade física tem crescido vertiginosamente, os efeitos adversos desse suplemento continuam sendo alvos de calorosos debates científicos, sobretudo no que se refere à função renal. O objetivo dessa revisão é descrever as falhas metodológicas e lacunas na literatura, que contribuem para a divergência do tema. Relatos de caso sugerem que a creatina é um potencial agente nefrotóxico. Em contrapartida, estudos longitudinais, embora possuam diversas limitações, indicam o oposto. Pesquisas com humanos não demonstram efeitos deletérios da suplementação de creatina à função renal, porém a falta de controle experimental e o caráter retrospectivo da maioria delas comprometem as conclusões dos autores. Já os estudos experimentais com ratos empregam bons marcadores de função renal e possuem controle de variáveis satisfatório. Contudo, os resultados destes são contraditórios. Estudos futuros devem investigar os efeitos da suplementação de creatina em diversas patologias renais, assim como em idosos, diabéticos do tipo 2 e hipertensos, cuja propensão a nefropatia é bem descrita. Não há evidências de que a suplementação de creatina prejudique a função renal em sujeitos saudáveis, quando consumida na dosagem preconizada. Diante disso, questiona-se a legitimidade científica da proibição do comércio de creatina no Brasil.