Saúde
Critério de classificação da artrite reumatoide ACR-EULAR 2010
C
om o reconhecimento de que o tratamento precoce consegue melhores resultados em pacientes com artrite reumatoide (AR), a necessidade de identificar a AR precocemente tem sido crescentemente enfatizada. Clínicas de artrite precoce (CARPs) foram desenvolvidas para permitir que reumatologistas avaliem pacientes com AR potencial o mais cedo possível, utilizando marcadores de inflamação, testes laboratoriais (sorologia) e métodos de imagem para complementar a avaliação clínica e definir o diagnóstico. Embora tenham sido desenvolvidos com a finalidade de classificação de doença, os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR) de 1987 para AR são frequentemente utilizados como auxiliares no diagnóstico e como base para os critérios de inclusão em muitos estudos de intervenção terapêutica. Entretanto, estes critérios têm suas limitações, e foi demonstrado que não apresentam um bom desempenho quando aplicados no início da doença.1 Uma proporção significativa de pacientes que não satisfazem os critérios de classificação passam, portanto, a ser rotulados como artrite indiferenciada (AI). Embora alguns destes pacientes apresentem um curso de doença com remissão espontânea, outros apresentarão um fenótipo de doença progressiva com erosões, exigindo intervenção precoce.2 Reumatologistas precisam ser capazes de identificar rapidamente os pacientes que irão apresentar um curso persistente, progressivo para garantir o início precoce da terapêutica. Diante desta situação, um grupo de trabalho conjunto da ACR e da Liga Européia Contra o Reumatismo (EULAR) desenvolveu recentemente uma nova abordagem para a classificação da AR em uma fase inicial de evolução da doença.3 O sistema de classificação tem como objetivo identificar, entre os pacientes que apresentam um quadro recente de artrite inflamatória (ArI), os fatores que melhor discriminam os pacientes com alto risco para evoluir com doença