Sarau do teatro da trindade
Objectivos:
ajudar as vítimas das inundações do Ribatejo; apresentar um tema querido da sociedade lisboeta: a oratória; reunir novamente as várias camadas das classes mais destacadas, incluindo a família real; criticar o ultra-romantismo que encharcava o público; contrastar a festa com a tragédia.
Neste sarau, destacam-se dois personagens:
Rufino o bacharel transmontano; o tema do Anjo da Esmola; o desfasamento entre a realidade e o discurso; a falta de originalidade; o recurso a lugares-comuns; a retórica é oca e balofa; a aclamação por parte do público tocado no seu sentimentalismo. Alencar o poeta ultra-romântico; o tema da Democracia Romântica; o desfasamento entre a realidade e o discurso; o excessivo lirismo carregado de conotações sociais; a exploração do público seduzido por excessos estéticos estereotipados; a aclamação do público.
N.B.: As classes dirigentes estão alheadas da realidade (nota-se isso pela indignação do Gouvarinho). Caracteriza-se a sociedade como sendo deformada pelos excessos líricos do ultra-romantismo.
A superficialidade das conversas, a insensibilidade artística, a ignorância dos dirigentes, a oratória oca dos políticos e os excessos do Ultra-Romantismo constituem os objectivos críticos do episódio do sarau literário do Teatro da Trindade. Ressalta a falta de sensibilidade perante a arte musical de Cruges, que tocou Beethoven e representa aqueles poucos que se distinguiam em Portugal pelo verdadeiro amor à arte e que, tocando a Sonata Patética, surgiu como alvo de risos mal disfarçados, depois de a marquesa de Soutal dizer que se tratava da “Sonata Pateta”, tornando-o o “fiasco” da noite. Nota-se que o público alto-burguês e aristocrata que assistia ao sarau é pouco culto, exaltando a oratória de Rufino, um bacharel transmontano, que faz um