Sarau do teatro da trindade
Comparação entre Rufino e Cruges
“Este Rufino era um ratão de pêra grande, deputado por Monção, e sublime nessa arte, antigamente nacional e hoje mais particularmente provinciana, de arranjar, numa voz de teatro e de papo, combinações sonoras de palavras...” p. 422
“No entanto, no estrado, o Rufino, um bacharel transmontano, muito trigueiro, de pura, alargava os braços, celebrava um anjo, «o Anjo da Esmola que ele entrevira, além no azul, batendo as asas de cetim...»” p.424
“O Rufino arrebatara o lenço, limpara a testa lentamente; depois arremeteu para a borda do tablado, voltando-se para as cadeiras reais com um tão ardente gesto de inspiração - que o colete repuxado descobriu o começo da ceroula. Foi então que Ega compreendeu “ p. 424/ 425
“Mas uma noite toda de literatura, que estafa! E agora, para mais, ficara lá um homenzinho a fazer música clássica... - É o meu amigo Cruges! - Ah! é seu amigo? Pois olhe, devia-lhe ter dito que tocasse antes o Pirolito.”p. 430
“O Cruges... O nome correu entre as senhoras, que o não conheciam. E era composição dele, aquela coisa triste? - É de Beethoven, Sr.ª D. Maria da Cunha, a Sonata patética. Uma das Pedrosos não percebera bem o nome da Sonata. E a marquesa de Soutal, muito séria, muito bela, cheirando devagar um frasquinho de sais, disse que era a Sonata pateta. Por toda a bancada foi um rastilho de risos sufocados. A Sonata pateta!” p. 431
Trabalho realizado por : Mariana Lima nº 22 11º G