Sara
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) nas últimas quase 3 décadas vem sendo um desafio a todos os profissionais envolvidos com a assistência à saúde. Desde 1983 foi definida a possibilidade de transmissão de mães infectadas pelo HIV a seus conceptos. Posteriormente estabeleceu-se que a infecção pode se dar em 3 fases: durante a gestação, no trabaho de parto e parto e na amamentação. Em 1994 o estudo PACTG076 recrutou mães soropositivas que foram agrupadas em duas categorias: uma que recebeu zidovudina durante a gestação e outra que não recebeu a droga1,2. Os resultados preliminares foram tão contundentemente favoráveis à prevenção da infecção no recém-nato (diminuiu o risco de transmissão da infecção de em torno de 40 para 2%- redução de 67.5%), que tornou-se um protocolo de utilização imediata após a divulgação dos resultados, sendo corroborados por outros estudos com resultados semelhantes1,2. Desde então esforços vêm sendo envidados no sentido de proteger as mães dos efeitos deletérios da infecção crônica pelo HIV, bem como de manter níveis baixos de transmissão vertical. Sendo assim, torna-se imperiosa a necessidade de conhecimento e aplicação das estratégias do acompanhamento clínico e pré-natal destas gestantes1,2.
I.I.Objetivos
- Descrever os protocolos de acompanhamento clínico e laboratorial das gestantes com HIV;
- Propor algoritmos a serem seguidos pelos obstetras durante as consultas de pré-natal das pacientes com HIV;
- Participar diretamente junto com o infectologista da avaliação rotineira do atendimento às gestantes soropositivas.
2. Revisão Bibliográfica
2.I. Princípios Gerais da Transmissão Vertical A transmissão materno-fetal da infecção pelo HIV pode se dar em três estágios: na gestação, no trabalho de parto e parto e durante o aleitamento materno. Durante a gestação, o risco de transmissão gira em torno de 25%-35%, especialmente se não instituída profilaxia antes das