Santa Rita Durão
José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, Minas Gerais, em 1722. Seus estudos tiveram início com os jesuítas no Rio de Janeiro. Formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra e ingressou na Ordem de Santo Agostinho e se tornou um religioso agostiniano brasileiro do período colonial ,orador e poeta . Nesse período, por volta de 1759, fez uma pregação contra os padres da Companhia de Jesus pela expulsão dos jesuítas, mas depois se arrependeu. É também considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. Seu poema épico Caramuru é a primeira obra narrativa escrita a ter, como tema, o habitante nativo do Brasil; foi escrita ao estilo de Luís de Camões, imitando um poeta clássico assim como faziam os outros neoclássicos (árcades).
Durante o governo de Pombal, foi perseguido e abandonou Portugal. Trabalhou em Roma como bibliotecário durante mais de vinte anos até a queda de seu grande inimigo, retornando então ao país luso. Esteve ainda na Espanha e na França. Voltando a Portugal com a "viradeira" (queda de Pombal e restauração da cultura passadista), a sua principal atividade passou a ser a redação de Caramuru, publicado em 1781. Morreu em Portugal em 24 de janeiro de 1784
Obra:
Quando ele viajou pela Espanha, Itália e França , ele publicou o seu poema épico Caramuru, em 1781, o qual tem como subtítulo “Poema épico do Descobrimento da Bahia”, escrito no padrão da poesia de Camões.
Nesse poema, Santa Rita Durão conta as aventuras do descobrimento e da conquista da Bahia pelo português Diogo Álvares Correia, após um naufrágio no litoral nordestino. É considerado uma exaltação da terra brasileira, na qual o indígena é visto como um “bom selvagem”, a narrativa é voltada a aproximar o índio da sua civilidade e não apenas de catequizá-lo. A personagem Diogo se apaixona por uma indígena, chamada Paraguaçu, com quem se casa.
O poema é estruturado em 10 cantos, versos decassílabos e utiliza a oitava rima camoniana. Esta forma é utilizada em