José de Santa Rita Durão
Se inspirou no poeta clássico Luís de Camões para escrever a obra “Caramuru” que tem o subtítulo de “Poema épico do descobrimento da Bahia”. A primeira obra narrativa a ter, como tema o habitante nativo do Brasil. Apesar da influência camoniana, não se usa a mitologia pagã.
Até os 10 anos, estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. No ano seguinte, partiu para a Europa, onde iria se tornar padre agostiniano. Era doutorado em Filosofia e Teologia pela Universidade de Coimbra. Lá se ocupou em cátedra de Teologia.
Em Portugal, foi perseguido durante o governo de Pombal pelo regime, e então, deve que deixar o país. Em Roma, trabalhou como bibliotecário por mais de vinte anos até a queda de seu inimigo, podendo então voltar para o país luso. Também viajou para a Espanha e para a França.
Voltou para Portugal com a “viradeira” (queda de Pompal e restauração da cultura passadista). Desde então sua principal atividade passou a ser a redação de Caramuru. Quase a única obra restante escrita por Durão. O poema épico foi publicado em 1781.
Caramuru é formado por dez cantos de versos decassílabos dispostos em estrofes fixas, as oitavas, com esquema de rimas abababcc. Mas, como era de se esperar para um membro do clero, o conservadorismo cristão substituiu a mitologia pagã, uma característica épica.
O poema conta as aventuras de Diogo Álvares Correia, o Caramuru. Entre outras personagens do poema estão Paraguaçu (com quem Diogo se casou na França) e Moema (rival de Paraguaçu, que morreu afogada quando perseguia o navio que levava o casal para a França).
No poema são exaltadas a fé e a defesa da terra contra os invasores. Segundo o crítico Antonio Candido, "A obra de Durão pode ser vista tanto como expressão do triunfo português na América quanto das posições