Análise da obra: caramuru de josé de santa rita durão

1. INTRODUÇÃO
1.1 VIDA DO AUTOR

José de Santa Rita Durão nasceu no Brasil, em Minas Gerais no ano de 1722. No Rio de Janeiro estudou com os Jesuítas, e aos nove anos foi para Portugal, continuar os estudos. Esses estudos ele faz com os Oratorianos, os quais haviam sido admitidos a colaborar no ensino secundário, antigamente ministrado em caráter exclusivo pelos jesuítas. Em Lisboa, entrou para a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, no Convento das Graças. A seguir, cursou a faculdade de Teologia, na Universidade de Coimbra. Com a idade de trinta e quatro anos, doutorou-se em Filosofia e Teologia, por essa mesma Universidade; dois anos depois, é admitido na Academia Litúrgica. Mas Frei José de Santa Rita Durão não colecionou apenas sucessos em sua vida; desavenças no meio eclesiástico e intrigas políticas acabaram por obrigá-lo a deixar Portugal. Em 1758, em Leiria, Santa Rita Durão trava relações como Bispo D. João de Nossa Senhora da Porta, e passa a criticar, por instâncias deste último, os jesuítas, culpando-os pela tentativa de assassinato do rei D. José; escreve uma pastoral assinada, todavia pelo bispo D. João, a fim de atrair a simpatia do Marquês de Pombal, ao qual interessava neutralizar o poder da Companhia de Jesus. Entretanto ao se tornar arcebispo, o bispo D. João não se mostrou grato a Santa Rita Durão, e não deu a ele os créditos pelos escritos que contribuíram para a sua ascensão. Protesta contra a inquisição da Espanha em relação ao caso em que esta mandou para a fogueira escritos de Sebastião de Carvalho. Nosso autor se arrepende de sua posição contra os jesuítas e desentende-se com sua ordem – fatos que o levam a ter problemas com a política instalada pelo Marquês de Pombal. Tudo isso culmina com a sua fuga de Portugal. Segue para a Espanha, depois para França onde é preso e duramente interrogado; mas em breve acaba sendo solto. Na Itália onde se retrata perante o Papa Clemente XIII, permanece por nove anos como bibliotecário