Vestibular
Vocês me pediram muito para postar aqui sobre Caramuru, tema do nosso exercício desta semana. Pois bem, vamos fazer uma pequena revisão.
O poema Caramuru foi escrito por Frei José de Santa Rita Durão em 1781. Trata-se de um épico bastante tradicionalista, o qual resgata todas as regrinhas clássicas de uma epopéia: 10 cantos, em oitava rima do tipo ABABABCC, cujo assunto é uma vitória de um grande herói de uma passado remoto, a qual representa a vitória de uma nação.
Essa história, por que real, é a de Diogo Álvares Correia, náufrago português que conseguiu se tornar grande chefe dos índios tupinambás na Bahia, e auxilou a fundação da cidade de Salvador. O poema ficcionaliza a vivência de Diogo no Brasil até o momento em que este se tornou, efetivamente, funcionário do governo português. Vai, portanto, do naufrágio até o encontro com os representates nomeados para a capitania da Bahia, de volta a Salvador. Desta ficção, o que se sabe que realmente aconteceu foi o relacionamento de Diogo com Paraguaçu, a viagem deles à Europa para que se batizassem e se casassem e o retorno ao Brasil. O restante é baseado em folclore, em lendas, sem registro histórico oficial e, por isso, elementos de veracidade duvidosa.
Com "Caramuru", Santa Rita Durão aborda o indígena do ponto de vista da catequese (Diogo no livro é um personagem muito religioso), a qual servirá como elemento de dominação, de amansamento e de transformação do índio de um selvagem para um humano. Observem que Paraguaçu, a índia por quem Diogo se apaixona e se casa, é descrita com traços brancos, e sabe falar português. Ou seja, dentro de tantas índias que foram oferecidas a Diogo, a única digna de sua atenção (por que no livro ele é um herói casto) é aquela que se assemelha com uma européia.
As demais, como Moema - cuja morte por afogamento, na tentativa de alcançar o navio em que Diogo parte com Paraguaçu para a Europa, é o momento de lirismo mais intenso no livo - não mereceram a