Sal na piscicultura
Acqua & Imagem Serviços Ltda. fernando@acquaimagem.com.br A versatilidade do sal na piscicultura
O
sal marinho é amplamente disponível, de baixo custo, seguro para os peixes e para quem o manipula.
Composto basicamente por cloreto de sódio (NaCl), o sal pode ser usado em diversas situações nas pisciculturas: na prevenção e controle de doenças; como alívio do estresse relacionado às despescas, biometrias, classificações por tamanho, transferências dos peixes e confinamento durante a depuração; no alívio do estresse do transporte de curta e longa duração; e como amenizador de condições ambientais adversas
(toxidez por nitrito, inflamação das brânquias, entre outros).
Neste artigo serão apresentadas as diferentes situações e forma de uso do sal na piscicultura, visando manter o bem estar dos peixes.
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Osmorregulação nos peixes de água doce
O sangue dos peixes de água doce contém cerca de 9g de sal/litro ou 0,9% de sal, o equivalente à concentração de um soro fisiológico vendido nas farmácias. Esta concentração é semelhante ao registrado em outros animais, inclusive no homem. O íon sódio (Na+) representa cerca de 75 a 80% dos sais presentes no sangue dos peixes.
Por viverem em um ambiente com muita água e poucos sais, e pelo fato de manterem um íntimo contato do sangue com a água através dos finos vasos sangüíneos
(capilares) nas brânquias, os peixes de água doce estão freqüentemente envolvidos numa batalha para conservar os sais no sangue e se livrar do excesso de água absorvida, num mecanismo fisiológico conhecido como osmorregulação (Figura 1).
Para a finalidade deste artigo, podemos descrever a osmorregulação nos peixes de água doce como um processo que envolve a participação de células especiais presentes nas brânquias (células de cloreto), e que têm como função minimizar as perdas de sais do sangue para a água, bem como absorver ativamente os sais presentes na água, mesmo em baixa