Sabões e detergentes
1. Saponificação: a reação que produz sabão
Uma vez que óleos e gorduras são ésteres, eles sofrem reação de hidrólise ácida ou básica. A hidrólise ácida produzirá simplesmente o glicerol e os ácidos graxos constituintes. Já a hidrólise básica produzirá o glicerol e os sais desses ácidos graxos. Pois bem, esses sais são o que chamamos de sabão.
O H2C O C O HC O C O H2C O C R
3
O R
1
NaOH
H2C
OH
Na O
+
+
-
C O
R
1
R
2
H2 O + NaOH
NaOH hidróxido de sódio
∆
HC
OH
+ Na O
+
-
C O
R
2
H2C
OH
Na O
-
C
R
3
triéster de ácidos graxos e glicerol
glicerol
Sais de ácidos graxos (R1, R2, R3 longos)
Assim, aquecendo gordura em presença de uma base, realizamos uma reação química que produz sabão. Essa reação, a hidrólise básica de um triéster de ácidos graxos e glicerol, é chamada de saponificação.
óleo ou gordura + base ⟶ glicerol + sabão
O uso de KOH no lugar de NaOH permite obter sabões potássicos, empregados, por exemplo, na fabricação de cremes de barbear. Em muitas localidades do Brasil é comum, ainda hoje, encontrar pessoas que fazem o chamado sabão de cinza. Para fabricá-lo, deve-se ferver gordura animal (banha de vaca, por exemplo) ou vegetal (gordura de coco, por exemplo) junto com água de cinzas, também conhecida como lixívia. Após cerca de duas horas de fervura, está pronto o sabão de cinza. Esse processo é o mesmo usado em fábricas de sabão, sendo a cinza um substituto para o NaOH ou KOH. O caráter básico da água de cinza se deve à presença de carbonato de potássio (K2CO3), que reage com a água dando origem a íons OH–.
O sabão já era conhecido, antes de Cristo, entre os fenícios e também entre os romanos. Porém, o entendimento do processo de saponificação em nível molecular é mais recente, como ilustra o texto em destaque.
Em destaque
UM POUCO DA HISTÓRIA DO SABÃO
No século XIII, a indústria de sabão foi introduzida na França,