saber disciplinar
A disciplina sobre o corpo tem por finalidade produzir indivíduos dóceis e submissos a determinados sistemas, ao mesmo tempo, estes devem oferecer uma mão-de-obra de qualidade que ajude o desenvolvimento da sociedade. Então Foucault nos mostra que o poder e a disciplina do corpo passam a ser um objeto de possível controle, tornando melhor o funcionamento de instituições e garantindo o “equilíbrio e a ordem social”.
Desta forma, a psiquiatria partirá destes experimentos para de fato procurar um sistema terapêutico para a loucura; uma vez que esta estará sob sua vigilância e observação. Sobre o incontestável olhar do médico, a loucura se faz verdade e seu discurso é capaz de fabricar alienados. Num princípio de reclusão ultrapassa a noção de internamento: busca-se então, a recuperação para a normalidade.
A partir deste princípio, uma nova realidade vai surgindo, o louco agora, é um fraco de saúde, desprovido de sanidade mental que se diferencia dos outros perigosos do internato, necessitando de uma mudança de lar. Procura-se então outro internado-A casa dos loucos.
Podemos então dizer que o internato (hospital) se tornou um lugar de observação, de diagnóstico, de localização clínica e experimental. Para justificar esse isolamento, Esquirol dava cinco razões principais:
1- Garantir a segurança pessoal dos loucos e de suas famílias;
2- Libertá-los das influências externas;
3- Vencer suas resistências pessoais;
4- Submetê-los ao regime médico;
5- Impor-lhes novos hábitos intelectuais e moderais.
Como se podem ver tudo é questão de poder: dominar o poder do louco, neutralizar os poderes que de fora possam exercer sobre eles, e estabelecer um poder terapêutico e de adestramento. É um pensamento que parte da eliminação de um domínio da loucura para a busca do exercício do poder. É uma verdadeira anti-psiquiatria e uma anti-ciência. Um estatuto que não se preocuparia em demarcar o espaço da normalidade. Foge-se do dispositivo manicomial e