Rousseau - arte e cultura
No Discurso sobre as ciências e as artes, Rousseau articulou o tema fundamental que perpassa sua filosofia social: o conflito entre as sociedades modernas e a natureza humana, ressaltando o paradoxo da superioridade do estado selvagem, proclamando a "volta à natureza". Ao mesmo tempo, denuncia as artes e as ciências como corruptoras do homem.
Constata-se um elogio à cultura, o que a nós, em princípio, parece uma contradição. Sabendo de antemão de toda a crítica à história e à sociedade formulada por ele no texto, em princípio percebe-se ser ele um defensor do desenvolvimento da cultura, não muitas páginas depois, por uma inversão de valores, as imagens e as ideias sobre o espetáculo do nascimento das artes e das ciências que põe sob os olhos dos leitores, não são mais do que mentirosas. Todavia, este enaltecimento não é continuado e sim criticado.
A forma como o autor utiliza sua escrita e retórica é capaz de reverter quaisquer argumentos. Se em princípio achamos ser ele um defensor do desenvolvimento da cultura, não muitas páginas depois, por uma inversão de valores, as imagens e as ideias sobre o nascimento das artes e das ciências que põe sob nossos olhos não são mais do que mentirosas. Rousseau passa de adorador a crítico e se propõe um opositor da sociedade letrada que promoveu a degeneração dos costumes morais que os homens desenvolveram continuamente na ingenuidade da convivência cotidiana, que corrompe a natureza do homem.
2- Qual é a posição de Rousseau em relação as ciências e artes? Justifique sua resposta a partir dos argumentos apresentados no texto.
Segundo Rousseau, as artes e as ciências não têm capacidade de transformar as pessoas porque provêm dos seus vícios e não das virtudes.
Dentro dessa perspectiva, Rousseau acrescenta, “[...] nossas almas se corromperam à medida que nossas ciências e nossas artes avançaram no sentido da perfeição.” Há uma clara dicotomia entre “ser” e