Trabalho de prática como componente curricular em filosofia moderna
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Faculdade de Ciências e Letras
Trabalho de Prática como Componente Curricular em Filosofia Moderna
Docente: Profª Maria Valderez de Colletes Negreiros
Araraquara - SP
2012
Discurso sobre as Ciências e as Artes, Jean-Jacques Rousseau
“Contribui o restabelecimento das Ciências e das Artes para depurar ou corromper os costumes?”, Jean-Jacques Rousseau se incursiona a responder tal questão ao escrever o ensaio Discurso sobre as ciências e as Artes em 1750, realizada pela Academia de Dijon, que premiaria o melhor escrito e premiou Rousseau neste ano. O discurso, apesar de estar se dirigindo a Academia, constitui-se em uma ferrenha crítica das consequências do desenvolvimento das Ciências e das Artes na Europa. Compreendo-as como a fonte de corrupção das almas virtuosas dos homens. Se antes, em uma Nação forte, os homens buscavam valorizar suas virtudes através da tradição e da fé, com o advento das Artes e das Ciências os homens se tornaram não só sedentários, com o não cultivo da coragem devido a prática da contemplação, como se tornaram viciosos de si mesmos, se colocando diante da divina providência como Sábios e criadores. Criadores senão, segundo Rousseau, de preocupações fúteis, como faz a ciência ao gerir diversas dúvidas no espírito humano em sua incursão de descobrir a verdade, através de tantos erros tão mais perigosos do que a simples verdade, visto que o falso pode aparecer em muito mais combinações do que a verdade que só tem um modo de ser. Para o autor as Ciências e as Artes solaparam o ócio, incutindo ao homem a pressa, uma pressa falsa, detentora de preocupações do espírito que nada tem a ver com as necessidades naturais do homem. Não só