Roteiro para dom casmurro
CAPÍTULO 68 AO 82 - LIVRO: Dom Casmurro de Machado de Assis
Locutor: Boa noite! Está no ar mais um emocionante capítulo de Dom Casmurro, na nossa rádio hello!
Narrador: Um dos gestos que melhor mostram a minha essência foi à devoção com que corri no domingo próximo a ouvir a missa em Santo Antônio dos Pobres *. Ouvi a missa; ao levantar agradeci a Deus:
*Sinos de Igreja
Bentinho: Obrigado pela vida e saúde de minha mãe, e me perdoe Senhor pelos meus pecados. Amém!
Narrador: Lembrei-me que a igreja tinha um confessionário seguro; mas a minha incorrigível timidez me fechou essa porta; fiquei com medo de não achar palavras com que dizer ao confessar o meu segredo.
Fechei o livro de missa e caminhei para a porta. Não havia muitas pessoas, a igreja também não era tão grande e não pude passar logo, mas devagar. Vi então uma moça e um homem que saíam da igreja e pararam. Ouvi estas palavras:
Gurgel: Mas o que você quer?
Sancha: Queria saber dela papai, pergunte.
Narrador: Era Sinhazinha Sancha, a companheira de colégio de Capitu e seu pai Gurgel, que queriam saber de minha mãe.
Bentinho: Esta reestabelecida – Narrador: respondi. Depois saímos, ele me mostrou a casa dele, e, como eu vinha na mesma direção viemos juntos. Chegando à porta da casa, Gurgel me pergunta:
Gurgel: Porque não vem almoçar comigo e minha filha?
Bentinho: Obrigado, mas minha mãe esta me esperando.
Gurgel: Mande lá um preto dizer que o senhor fica almoçando e ira mais tarde.
Bentinho: Venho outro dia.
Narrador: Dizendo isso, fui-me embora. Cheguei em casa*, e comigo a tranquilidade, pois mamãe já estava preocupada. Era o dia de boas sensações. Escobar foi me visitar e saber da saúde de minha mãe, também me perguntou se continuava ou não o perigo.
*Porta se abrindo
Bentinho: Não.
Escobar: Tive receio.
Bentinho: Os outros souberam?
Escobar: Parece que sim, alguns souberam.
Narrador: Tio Cosme e José