Rompendo com a alienação
A Liberdade
(Convite à filosofia, Marilena Chauí)
A autora Marilena Chauí desenvolve em seu texto três concepções filosóficas da liberdade. A primeira teoria filosófica da liberdade é descrita por Aristóteles em sua obra Ética a Nicômaco chegando até o século XX, quando foi retomada por Sartre. Diz Aristóteles que é livre aquele que tem em si mesmo o princípio para agir ou não agir, isto é, aquele que é causa interna de sua ação ou da decisão de não agir, capacidade que não encontra obstáculos para se realizar, espontaneidade plena que da a si mesmo os motivos de sua ação sem ser constrangido por nenhuma força externa/ interna. Sartre levou essa concepção ao ponto limite, para ele, a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo. Quando julgamos estar sob o poder de forças externas mais poderosas do que nossa vontade, esse julgamento é uma decisão livre, pois outros homens, nas mesmas circunstâncias, não se curvaram nem se resignaram. A segunda concepção da liberdade foi, inicialmente, desenvolvida por uma escola de Filosofia do período helenístico, o estoicismo, ressurgindo no século XVII com o filósofo Espinosa e, no século XIX, com Hegel e Marx. Eles conservam a idéia aristotélica de que a liberdade é a autodeterminação ou ser causa de si. Conservam também a idéia de que é livre aquele que age sem ser forçado nem constrangido por nada ou por ninguém. A terceira concepção busca unir elementos das duas anteriores, afirma, como a segunda, que não somos um poder incondicional de escolha de quaisquer possíveis, mas que nossas escolhas são condicionadas pelas circunstâncias naturais, psíquicas, culturais e históricas em que vivemos, isto é, pela totalidade natural e histórica em que estamos situados. Afirma, como a primeira, que a liberdade é um ato de decisão e