Rompendo com a alienação
Os momentos de crise, inerentes ao sistema capitalista, exercem um efeito bastante paradoxal sobre as pessoas e as classes sociais, em função de sua posição no processo produtivo de sua aproximação à totalidade, na estruturação da consciência de classe.
Evidentemente, decorre uma aceleração da consciência, não se dá de forma linear e mecânica e nem sequer pode ser interpretado como um ato instantâneo e isolado. Guarda uma relação direta com o conjunto de circunstâncias a que está referenciado.Nesse sentido, a aceleração da consciência não é um produto derivado de condições externas nem mesmo o somatório de etapas de um processo. Ao contrário, é fruto de um movimento contraditório e complexo de um sujeito histórico que conseguiu, tanto quanto possível, se libertar da reificação, permitindo que ascendessem ao consciente as contradições imanentes ao processo histórico-social. A própria consciência vai transformando-se ao longo desse processo, tornando-se consciência social, consciência política, consciência crítica, produto e condição da atividade material dos agentes. Por parte dos agentes, as prolongadas convivências com as práticas conservadoras e as alianças historicamente construídas com a burguesia acabaram por naturalizar a prática do Serviço Social como uma prática burguesa. A medida, porém , que os agentes críticos conseguiram libertar-se dos tentáculos da alienação, iniciou-se uma verdadeira odisseia, ao longo da qual negavam aquilo que tomaram historicamente por válido e real, superando a certeza sensível e a representação imediata. A consciência crítica dos agentes permitia-lhes, nesse momento, apreender tanto a identidade do Serviço Social, como sua prática no mundo capitalista, como contraditórias e complexas, as práticas burguesas, atravessadas por interesses de classe e produzidas a partir de interpretações técnico-científicas nem aos desafios colocados pela realidade.
No Brasil, até mesmo por sua condição de pólo