Romance Urbano
O Romance Urbano (ou Romance de Costume) enfoca uma temática estreitamente vinculada à esfera social. Ou seja, ele se dedica especialmente a reproduzir e tecer críticas aos hábitos praticados no âmbito da sociedade. Na história da literatura ele corresponde às obras produzidas pelo Realismo, particularmente no século XIX. As figuras principais agora não são mais os nobres, e sim o cidadão comum, geralmente procedente da burguesia ou da plebe; ele vivencia experiências do cotidiano. Seus feitos não lhe trazem mais glória e autoridade; eles gravitam em volta de eventos praticamente sem nenhuma importância, tais como conflitos amorosos e problemas sócio-econômicos. Um de seus autores mais significativos é Thomas Hardy. No Brasil este gênero enfocou particularmente o Rio de Janeiro, então a capital do país, núcleo da política e da cultura que atraía os consumidores daquele período. Tudo começou com A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Mas o mais autêntico romance urbano desta época, no Brasil, foi Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida é tido como o verdadeiro romance urbano do Romantismo brasileiro, pois retrata os costumes, comportamentos e o cotidiano das camadas mais pobres da sociedade carioca do século passado. Até então o romance urbano muito apegado aos setores mais privilegiado do Rio de Janeiro passa a tratar de outros 'brasis' mais feios e pobres do que a capital do país. Manuel Antônio abre o caminho para o romance regionalista que surgiria anos depois
As características principais dos romances urbanos ou sociais são:
- final feliz ou ideal;
- prevalência do amor verdadeiro;
- protagonistas femininas (que refletem um "ideal de feminilidade");
- retrato das relações familiares;
- ambiente doméstico;
- casamentos;
- questões financeiras (heranças, dotes, títulos, falências...);
Os três romances mais conhecidos dessa fase são: Lucíola (1862),