Introdução aos romances urbanos, indianista e regional
No início do século XIX a literatura, na forma de folhetins e livros, divulgava costumes e modelos europeus, os quais influenciavam a conduta da população urbana.
Os romances regionalistas surgiram então da vontade dos escritores românticos brasileiros de divulgar aspectos do País, até então ignorados pelos escritores e pela própria população.
Esse romance tinha como objetivo retratar um Brasil ainda desconhecido aos próprios brasileiros, dando destaque, basicamente, às pessoas e costumes do meio rural, desfocando da elite, anteriormente representada nos folhetins de romance urbano. O sertanejo (sertanejos do Nordeste e vaqueiros dos Pampas) passou então a ser o herói nacional, representando o país, assim como os índios e a natureza nos romances indianistas. Nesse período os costumes eram machistas, colocando a figura do homem como superior, o qual comandava a vida das mulheres.
Uma vez que representavam a população rural, também divulgavam o ambiente no qual ela vivia, dando ênfase à natureza, representando-a de forma esplendorosa e idealizada. Apresentavam também lugares exóticos. Alguns autores ainda transferiam a elementos naturais características da população da região descrita, fortalecendo a imagem nacional.
O público alvo desses romances era o mesmo do romance urbano, a elite das grandes cidades. Veja que, a população rural descrita nas narrativas não tinha acesso às histórias. Nas famílias mais tradicionais que viviam no interior, os livros eram vistos como um risco a moral da mulher, uma vez que este poderia corrompê-la e transformá-la em uma mulher autônoma, como aquelas mulheres do meio urbano. Da mesma maneira que os romances urbanos, as obras de romance regionalista eram distribuídas na forma de folhetins, e algumas, posteriormente se tornavam livros. É importante destacar o fato de na capa dos livros virem escrito “Um romance brasileiro”, o que reforçava a tentativa de criar um conjunto de obras dignamente