Romance Indianista, Regional e Urbano
O Romance Indianista, tipicamente brasileiro, foi uma das principais tendências do nosso Romantismo. Tinha como foco literário os índios e seus costumes. Procurava valorizar o índio de forma a transformá-lo em um verdadeiro herói nacional.
Entre os fatores que contribuíram para a implantação do Romance Indianista, citamos: As ideias do pensador iluminista e pré-romântico Jean Jacques Rousseau. Ele via no homem primitivo o modelo de ser humano. Para ele, o homem original é puro, mas é corrompido ao entrar em contato com a civilização. No Brasil essas ideias encontraram plena aceitação entre os artistas e o publico, já que nosso índio podia ser identificado como o bom selvagem de Rousseau. Por não contarmos com a riquíssima matéria de aventura medieval do Romantismo Europeu: o cavaleiro medieval representava a figura do herói romântico, justo fiel, corajoso, forte e ético. No Brasil, o herói cavaleiro não poderia existir, pois não houve Idade Média, então, nosso índio passou a representar a pureza, a inocência do homem não corrompido pela sociedade, além de assemelhar-se aos heróis medievais. O próprio Brasil, recém-independente, passou a ser visto como uma espécie de "paraíso americano" a salvo da decadência cultural das civilizações portuguesa e europeia em geral.
O mais representativo autor indianista em prosa foi José de Alencar. Os dois melhores romances que ele escreveu foram “Iracema” e “O Guarani”.
Iracema é a mais bela lenda indígena transformada em prosa. O romance narra à lenda da origem do Ceará, fruto do amor proibido entre o guerreiro português Martin e a virgem tabajara Iracema.
O Guarani romance histórico-indianista que conta através da história de amor de Peri e Ceci a realidade brasileira de sua época, exibindo as belezas do Brasil e o índio.
Tanto O Guarani quanto Iracema podem ser designados como romances fundadores, ou seja, obras ficcionais que representam metaforicamente o início de um mundo e de uma raça.