Romance machadianos
A segunda fase da prosa de Machado de Assis inicia-se com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Nessa fase fica claro o amadurecimento do escritor. Seus personagens, mais elaborados, são construídos sob a ótica da psicologia e nos revelam o egoísmo, o pessimismo e o negativismo do ser humano. Machado evoluiu também na técnica de composição: as suas frases e os capítulos de suas obras passaram a ser curtos e a preocupação em se estabelecer uma "conversa" com o leitor passou a ser mais freqüente. Além disso, nessa fase temos ainda a ironia, o estudo da alma feminina, a análise mais apurada da sociedade brasileira da época e uma severa crítica aos valores Românticos.
A complexidade de sua obra se reflete:
- na caracterização psicológica de suas personagens
- e no retrato criado para a sociedade da época.
A paisagem preferida é a humana, expressa através de sutilezas que dão originalidade ao trabalho.
Os temas comuns são: o adultério, o casamento, visto como forma de comércio ou troca de favores, a exploração do homem pelo próprio homem.
As mulheres são o ponto forte da criação machadiana. A figura feminina representa mulheres recatadas, sedutoras, adúlteras, fatais e dominadoras. Elas estão presentes também em seus contos, cerca de quase duzentos.
A narrativa apresenta peculiaridades que denotam a preocupação consciente do escritor com a linguagem.
Constantemente, o leitor é convocado a participar da história que revela sua forma ficcional, estabelecendo uma metalinguagem, ou seja, a obra chama atenção para sua ficcionalidade, volta-se para si mesma, na