Roma moderna
A cultura da Roma clássica tem sido especialmente apreciada em tempos quentes. Por exemplo, foi admirada e até imitada na Inglaterra de Isabel I, a "rainha virgem". A memória de Roma é nesta altura recuperada no meio de sentimentos anti-republicanos e de pretensões expansionistas. A visão isabelina das virtudes da Antiguidade é construída em torno da necessidade de fixar um ponto de referência para o futuro. Um recurso para iluminar os caminhos a seguir e os erros a evitar.
Shakespeare escreveu à época várias peças tendo a cidade eterna como pano de fundo, tais como Julius Caesar, Titus Andronicus ou António & Cleopatra. Aquela que é reconhecida como uma das suas peças com maior carga política, Coriolanus, é uma tragédia sobre um momento de viragem. Roma republicana está instavelmente suspensa entre os interesses dos patrícios, a rica aristocracia com assento no Senado e as angústias de uma plebe faminta que só tem influência indirecta nos assuntos de Estado através do seu voto em representantes, os chamados Tribunos do Povo ("a voz da multidão"). Enquanto a ambição da aristocracia pelo comando unilateral do Império cresce, o respeito pelo ideal da República desaparece. A República simboliza a igualdade de todos os cidadãos perante a lei. E "o que é a cidade senão o povo?", pergunta um dos Tribunos.
Hoje voltam-se a procurar novas lições nos escombros da História. Exemplo disso são os vários livros que têm saído no EUA resgatando a experiência de impérios passados. Ao longo dos últimos anos várias comparações, cada vez mais sérias e explícitas, têm sido feitas entre a condução dos negócios geoeconómico-estratégicos dos EUA e o