Rococó
Arte aristocrática do final do século XVII e começo do XVIII
Não foi somente a Igreja do século XVII que descobriu o poder da arte para impressionar e dominar pela emoção, reis e príncipes europeus perceberam logo que poderiam governar exibindo não só seu poderio militar, mas também seu poder cultural, intelectual e espiritual através da divulgação de imagens que reforçassem esse poderio. Na França sob reinado de Luís XIV, o “rei sol” que incorporava o poder do Estado em sua própria pessoa foram criadas as academias de ciências, letras e artes e passaram a sofrer direta interferência governamental.
Não foi por acaso que o próprio Luís XIV chamou a Paris Lorenzo Bernini o arquiteto e escultor papal para compor o projeto de um suntuoso palácio destinado a tornar visível seu imenso poder. O projeto de Bernini, porém, não fora realizado cabendo aos franceses Louis Levau e J. Hadouin Mansard levar a cabo o exuberante Palácio de Versailhes entre 1655 e 1682. Ali envolveram-se nas obras arquitetos, pintores, escultores, paisagistas e uma infinidade de artesãos cujo papel era empregar o que de mais requintado e luxuoso os franceses poderiam produzir, para a glória de seu país e principalmente a afirmação do direito divino de governar conferido ao rei. Rapidamente, Versailhes passou a ser imitado por todo rei, príncipes e nobres de menor poderio que almejavam proteger seus direitos e poderes.
Só depois de entrar em um desses edifícios é que se recebe o pleno impacto desse fantástico estilo de decoração. Só se pode fazer justiça a esses interiores se forem visualizados em uso – num dia em que o proprietário esteja dando uma festa ou recepção, quando os candelabros estão acesos , e homens e mulheres, em trajes de gala, vão chegando para subir alegremente a escadaria. Num tal momento, devia ser doloroso o contraste entre as ruas sombrias e sem iluminação da época, tresandando de imundície e miséria, e o radiante mundo encantado da residência.
O período em