Ritos de passagem da adolescência
Ritos sem mitos:
Um olhar sobre a sociedade contemporânea
Por : Ana Paula Rodrigues Mittelbach
Introdução:
Este trabalho tem como foco a discussão dos mitos e ritos na atualidade. Em seu livro uma breve história do mito Karen Armstrong diz que: “Nossa alienação moderna em relação ao mito não tem precedentes”.
Esta simples afirmação me fez refletir, e é sem sombra de dúvida a responsável por este trabalho. Eu simplesmente não consigo crer em um universo não mitológico para o homem. Somos seres do “Era uma vez” e não há para mim possibilidade de ser diferente. Prefiro acreditar que, como dizem, Sebastião Monteiro Oliveira e Antonia Silva de Lima, em seu artigo O mito na formação da identidade: “O mito é à maneira de vida que a ciência, embora almeje, jamais será. E se a ciência pretende transformar-se num modo de vida, como pode bem nos parecer na civilização altamente tecnicista de hoje, só o será miticamente. A ciência só destrói um mito criado por outro: o de si mesma. E, como por um paradoxo inesperado, vemo-nos hoje diante de uma tarefa cada vez mais inadiável: a de desmascarar o mito da ciência.O basicamente humano se funda, seja agora como outrora, todo ele no mito.”
A partir desta idéia de que o mito que fundamenta a construção da civilização atual é o mito da Deusa Ciência, gostaria de analisar o que isto implica para a formação da nossa subjetividade contemporânea. Para analisar isso utilizarei o exemplo dos ritos de passagem das sociedades tradicionais e a chamada crise da adolescência contemporânea tentando traçar paralelos e estabelecer diferenças entre ambos os processos.
Resumidamente, neste trabalho pretendo discutir se na verdade não haveria nas atitudes dos nossos adolescentes muito mais do que queremos supor?
Será que essas atitudes, não são uma forma de expressão do mitológico, do sagrado, dentro de uma ritualística imposta pela pós-modernidade.
Minha proposta é de repensar as atitudes