Onde tudo sempre começa
“Saiba, Todo mundo teve mãe Índios, africanos e alemães Nero, Che Guevara, Pinochet e também eu e você”. Arnaldo Antunes - Saiba
Iniciamos está segunda fase do trabalho com a citação de Arnaldo Antunes, pois nos propomos a analisar, neste momento, a relação do homem com o arquétipo materno e com a mãe pessoal, sua primeira atualização, além de abordar o tema do complexo materno para os homens. James Hollis diz que isso se revela no terceiro grande segredo que os homens carregam, a saber: que o poder do elemento feminino é imenso na organização psíquica dos homens. Para abordar este tema vamos retomar uma história já batida, porém sob um novo ponto de vista, vamos contar a história da descendência de Caos, porém nossa narradora desta vez será Géia. Vejamos como a grande Titânia relataria a história de sua descendência. Creio que a história contada por sua boca soaria mais ou menos assim: “No início de tudo reinava absoluto o Caos, do Caos nascemos há um só tempo Eros, Tártaro e eu, Géia. Aí eu concebi sozinha Urano, meu filho e amado. Com ele gerei os Titãs. Depois tive os Ciclopes e os Hecatônquiros. Mas meu terrível marido temeu o poder dos próprios filhos e os encerrou novamente em meu Útero. Pobre de mim durante muito tempo padeci de dores terríveis, até que não podendo mais suportar, convoquei meus filhos mais velhos, os titãs e lhes implorei por socorro, eu precisava libertar meus filhos e me vingar de seu cruel tirano. Eis o que eu lhes disse: - "Ah, meus filhos - e filhos, também, de um pai nefando - não quereis ourvir-me e punir vosso pai por esse cruel malfeito?” De todos os meus filhos Titãs, foi justamente Cronos, o caçula, que aceitou tão nobre tarefa. Tirei então de meu próprio seio o melhor aço e lhe fiz uma bela foice dentada. Coloquei a arma em sua mão e o escondi para que quando seu pai chegasse a noite não