Análise

Análise
As obras analisadas constituem-se como obra de narração ficcional, onde encontram-se estruturas próprias para a sua formulação. Em “O gato preto” de Edgar Allan Poe o narrador situa-se como personagem principal na trama diferentemente do que ocorre em “Amor” de Clarice Lispector e “A igreja do diabo” de Machado de Assis.
“[...] Salientei-me desde a infância, pela docilidade e humanidade de meu caráter. [...]” (POE, 2001. p.293)
“[...]Ana Subiu ao bonde. Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. [...]”(LISPECTOR, 1993, p. 29)
“[...]Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. [...]”(ASSIS, -----)
Os personagens que aparecem nas histórias são em números restringidos e possuem ações reduzidas, dividindo-se em protagonistas, antagonistas e secundários. O tempo e espaços são apresentados em unidades, narrados um de cada vez. O dialogo torna-se, mas evidente em “A Igreja do Diabo” nas outras obras o narrador não se prende tanto a diálogos, mas sim na narração dos fatos.
“ [...] - E sabes tu o que ele fez? -Já vos disse que não. -Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade.[...]” (ASSIS, -----)
“[...]Na noite do dia no qual pratiquei essa crudelíssima façanha fui despertado do sono pelos gritos de “Fogo!”[...]” (POE, 2001. p.294)
“[...] Como se soubesse de um mal – o cego ou o belo jardim Botânico? – agarrava-se a ele, a quem queria acima de tudo.[...]” (LISPECTOR, 1993, p. 31)

As três obras seguem todas as características do gênero, apresentam situação inicial, complicação, desenvolvimento, clímax e desfecho, além das outras características apresentadas a cima. O conto mantém o leitor ansioso quanto ao que acontecerá na historia, algo sempre irá se passar, acontecer, pois