Sobre o inicio do tratamento

.Já para Hellen Bee (1997) a adolescência é o período caracterizado psicologicamente e culturalmente, entre a infância e a idade adulta, não existindo uma faixa etária específica. Conhecida como uma fase de transição, na qual o sujeito sofre mudanças físicas, mentais e emocionais, tornando-se um adulto. A sociedade e a cultura em que o sujeito está inserido definem essa fase, de grande importância para que o adolescente atinja a fase adulta. A sociedade cria todo um universo de regras, leis, costumes, tradições e práticas a fim de perpetuar os valores comumente aceitos e enfrentar as várias questões experimentadas por todos os membros. Portanto, a adolescência pode ser tensa não só por motivos biológicos, mas devido às pressões e exigências que a cultura exerce sobre a criança em desenvolvimento (MARTINS, 1987 apud SILVA; VIANA; CARNEIRO, 2011). Levinsky (1995 apud BOCK, 2007) declara que a sociedade onde o adolescente está inserido é que vai definir esse período. A autora afirma que nas sociedades tidas como primitivas a adolescência ocorria através dos ritos de passagem, que permitia a entrada do sujeito no mundo adulto de maneira mais natural possível, já nas sociedades contemporâneas ela é lenta e com mudanças que a deixam dolorosa. Piaget (1983) afirma o sujeito numa fase em que há um egocentrismo, característico deste adolescente, em que atribui para si o papel de modificar o contexto de que tudo sabe. No desenvolvimento hipotético-dedutivo, os adolescentes criticam os sistemas sociais, as regras e os valores morais que são impostos pelos pais, fazem oposição a tudo, desafiando as autoridades, tentando conquistar sua autonomia.
No século XX, nas culturas ocidentais as crianças se ingressavam no mundo adulto quando adquiriam o amadurecimento físico ou quando mesmo iniciavam o aprendizado vocacional (PAPALIA, 2000). Estudos realizados narram que em séculos passados não havia esse período chamado de