Ritos de passagem da adolescencia
Dois tipos de iniciação persistiam nas épocas clássica e helenística em Atenas. A primeira, de origem mais arcaica, era a apresentação do adolescente à fratria paterna, e a segunda, provavelmente estabelecida na época clássica, era o serviço militar, chamado efebia. Ambas tinham igual importância (...) e era indispensável que o jovem passasse pelas duas.
A apresentação do jovem à fratria paterna ocorria em torno dos 16 anos, durante as festas das fratrias locais, que se davam a cada ano no mês de Pianepsion (outubro). (...)
O ritual de iniciação do jovem consistia, em primeiro lugar, em um sacrifício oferecido pelo pai aos deuses da fratria: Zeus e Atena. Esse sacrifício era denominado coureion, e o sacerdote que o oficiava recebia como pagamento uma parte do animal sacrificado e uma quantia em dinheiro do pai do jovem. (...)
A etimologia da palavra coureion, que vem do verbo keiro - cortar os cabelos -, sugere que os jovens cortavam ritualmente a cabeleira e a ofertavam aos deuses protetores da fratria (...).
O coureion marcava a entrada do jovem em um período de transição, depois do qual ele estaria apto a desempenhar suas funções sociais. Essa transição tinha sequência com a efebia. (...)
Quem explica o funcionamento da efebia é Aristóteles (filósofo grego do século IV a.C.), no capítulo 42 da Constituição de Atenas (...):
'Participam da cidadania os nascidos de pai e mãe cidadãos, sendo inscritos entre os démotas aos 18 anos (...). Após o exame por que passam os