Ritmo na educação musical
Apesar dos esforços que educadores e pesquisadores da área de música têm demonstrado nas últimas décadas, no sentido de promover mudanças em relação às abordagens pedagógicas, ainda é muito comum depararmos com situações tanto no ensino regular, quanto em conservatórios, que nos remetem às ideias propostas pela pedagogia tradicional; uma delas, por exemplo, é a inércia do corpo. Provavelmente, a recorrência de tais situações explique a dificuldade de se encontrar trabalhos acadêmicos que abordem o uso do corpo no processo de ensino- aprendizagem de música . Através da presente pesquisa procuramos desvendar até que ponto o movimento corporal, utilizado como integrante de um trabalho instrumental, contribui para a apreensão de conceitos como pulsação e dinâmica, e, também, se auxilia em questões relativas à performance e à criação . Buscamos, então, investigar se houve ou não alguma contribuição por intermédio de uma comparação feita entre duas turmas, sendo que, uma delas, trabalhou, somente, com instrumentos de percussão, e, a outra, fez o mesmo trabalho, porém, precedido por exercícios que envolvem o corpo . A comparação, segundo Freire e Cavazotti (2007, p.28), é um procedimento de pesquisa considerado básico, assim como a observação, embora o primeiro seja, em muitas ocasiões, mais complexo que o segundo. Eles consideram importante ressaltar que “(..) a comparação, como método de pesquisa, não impõe julgamentos ou critérios de valor a partir dos procedimentos comparativos realizados “ (FREIRE e CAVAZOTTI, 2007, p.30) . Para dar suporte ao trabalho com o corpo utilizamos os exercícios propostos pelo método “O Passo” (CIAVATTA, 2003). Estes exercícios estão devidamente descritos no anexo