Revolução Burguesa no Brasil
Sendo considerado o principal representante da “teoria social brasileira”, Florestan elabora uma teoria regional do desenvolvimento capitalista na periferia da economia mundial capitalista, descrita em seu livro “A Revolução Burguesa no Brasil”, que trata da interpretação do processo histórico de formação e transformação da sociedade brasileira. Segundo Jaldes Reis de Meneses, o livro “A revolução burguesa no Brasil”, marca a radicalização teórica e política de Florestan Fernandes. Ele nos diz “o desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo transmuta-se em sinônimos como estrutura composta e duplamente articulada, e a revolução passiva vira um processo de revolução burguesa de longa duração”. Segundo Florestan Fernandes, o Brasil não foi uma nação capitalista desde o seu descobrimento, ele vai conhecer este modelo tardiamente. Sua estrutura social é formada pela aristocracia agrária, que dominava o país. Os grandes latifundiários que deram origem à burguesia no Brasil. Este grupo vai determinar os rumos da nação, e com isso contribuir para a proclamação da república. Florestan busca em nosso passado, dependente, escravocrata e periférico, as razões e as raízes das deformações do período contemporâneo, marcadas pela ditadura militar e por um desenvolvimento econômico desigual, retardatário e dependente dos principais centros da economia mundial. Dessa forma o Brasil importou o modelo capitalista, que se adaptou a uma burguesia, que ainda estava fundamentada na estrutura agrária. Para ele o nosso capitalismo é “incompleto e tardio, subordinado ao imperialismo e de insuficiente mutação burguesa das estruturas de dominação“. Em “A Revolução Burguesa no Brasil”, o autor, que utilizou quase uma década para finalizá-lo, por vezes muda o conceito de seus discursos, variando de Weber e Durkheim à Lenin, demonstrando o dilema entre a objetividade científica e a opção política. O conceito de revolução burguesa não é