Revolução Burguesa no Brasil - Resenha
TAILON APARECIDO GOMES GARCIA
Relatório referente ao texto: COHN, Gabriel. “A revolução burguesa no Brasil” (resenha). In:
MOTA, Lourenço Dantas (org.). Introdução ao Brasil: um banquete no Trópico. São Paulo: Ed.
SENAC, 1999. (pp. 393-412).
1) Questão central da obra e principais argumentações
Florestan Fernandes foi deputado federal pelo PT, professor emérito da Universidade de
São Paulo, autor de vários livros de teoria política e sociológica e esteve no centro de importantes discussões políticas no Brasil durante sua vida. De origem humilde chegou a engraxar sapatos para sobreviver e optou pela Sociologia por razões econômicas, pois o que ele considerava sua verdadeira vocação, a Engenharia Química só era dada em período integral e estava além da sua capacidade financeira. Trotskista na juventude, marxista na universidade de no fim da vida se considerava um socialista que defendia o humanismo. Florestan que havia sido compulsoriamente aposentado da Universidade de São Paulo pela ditadura. Após tal situação, foi lecionar na
Universidade de Toronto. Um visceral intelectual acadêmico, ele foi um pesquisador de primeira linha, defendia a qualidade do ensino e da pesquisa na universidade publica, além de ter autor de dois clássicos incontestáveis das Ciências Sociais brasileiras, que são A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá e a Revolução Burguesa no Brasil.
A Revolução Burguesa no Brasil começou ser escrito em 1966 e foi lançado em 1974, o livro deveria ser uma resposta intelectual a situação política que se criara com o regime instaurado em 31 de março de 1964. Na nota explicativa da obra, Florestan faz uma apresentação do seu ensaio de interpretação sociológica do conjunto de mudanças na sociedade brasileira, que denominou de revolução burguesa, explicando assim a natureza do livro e um pouco do seu formato. Faz uma advertência sobre os limites da obra, evocando também um travo amargo, pelas