A ECONOMIA BRASILEIRA: CRÍTICA À RAZÃO DUALISTA
A ECONOMIA BRASILEIRA: CRÍTICA À RAZÃO DUALISTA.
ECONOMY POLITICIZES: CRITICIZES THE DUALIST REASON
Antonia de Abreu Sousa1
O livro, A Economia Brasileira: Crítica à Razão Dualista, de Francisco de
Oliveira, foi publicado em 1972, pela editora dos Novos Estudos do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP. Essa obra faz parte do restrito grupo de livros considerados clássicos no entendimento da formação e da estrutura da sociedade burguesa brasileira. Pode ser considerada a primeira grande tentativa de ler o Brasil moderno, com base nas dinâmicas e tensões da acumulação capitalista, em um diálogo criativo com O Capital. Nesse sentido, ele se insere no campo marxista formulado por
Caio Prado Júnior, que concebeu a formação do Brasil desde o início no contexto da expansão do capitalismo comercial europeu.
Particularmente, a obra de Francisco de Oliveira constitui aporte para o pensamento de esquerda no confronto com outras interpretações teóricas principalmente com as elaborações conceituais da matriz weberiano-cultural.
Assim sendo Crítica à Razão Dualista tem como objetivo fundar ou refundar uma leitura marxista da história do Brasil moderno, isto é, entende-la no sentido rigoroso da reposição e recriação das condições de expansão do sistema como modo capitalista de produção e suas formas não clássicas da revolução burguesa e, ainda, participar do movimento de destruição/criação das interpretações do Brasil, então formuladas, ou em curso, no âmbito do CEBRAP, tendo como centro o nacionaldesenvolvimentismo.
A tese central de Crítica à Razão Dualista é, portanto, de que a originalidade nacional está no fato de que “a expansão do capitalismo no Brasil se dá introduzindo relações novas no arcaico e reproduzindo relações arcaicas no novo” (OLIVEIRA,
1988, p. 36), configurando uma relação não apenas desigual, mas combinada.
O primeiro tema tratado, por Francisco de Oliveira, é sobre a funcionalidade do atraso no