Humanismo Cívico
O humanismo é um movimento de ideias que tem como pretensão básica a exaltação da dignidade humana. O ponto de partida dos seus elaboradores é a liberdade, entendida como uma capacidade dos homens em agirem em conjunto pelo bem da sociedade. Desde o seu início, o humanismo cívico esteve ligado ao republicanismo e sua valorização da virtude, pois só através desta os homens serão sábios na vida pública. Podemos dizer que esse laço entre o humanismo e a república se deve, entre outros aspectos, a um objetivo em comum entre eles, que é a busca do bem comum.
O humanismo moderno significou uma interrupção nos valores que predominaram na Idade Média. Tais valores diziam que a vida na terra faz parte de um plano divino e que as instituições políticas são frutos da vontade de Deus. Encontramos aqui a valorização da vida de devoção como a forma superior de existência humana.
Ao romperem essa tradição, os humanistas valorizaram a vida ativa e a práxis humana, o que fez com que a atividade pública passasse a ser vista como a mais nobre das ações. Para Hanna Arendt, a política é a faculdade que possibilita aos homens construírem seu próprio destino. Os humanistas modernos acreditam que a ordem social não é natural, tão pouco fruto da vontade divina, e sim consequência da vontade humana. Segundo Maquiavel, tido como grande herdeiro moderno do humanismo cívico, cabe aos homens construir uma ordem que evite o caos e a anarquia.
Como dito, a virtude cívica é o conceito central do humanismo politizado (ou humanismo cívico). Maquiavel expõem claramente essa ideia quando diz que em cidades estáveis a liberdade deve ser confiada ao povo pois nele podemos notar o desejo de viver livre. Para ele, a liberdade faz o homem ser capaz de criar boas leis e boas instituições. Montesquieu define a virtude como a paixão que move a república, dizendo ainda que a virtude nada mais é do que a supremacia do bem público sobre os interesses particulares.
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