Retornados em lagos
Introdução
Tema: sobre o lugar político dos retornados em Lagos. Quem eram os “retornados”? Os saros (que eram os iorubás escravizados que haviam sido resgatados pelos britânicos e foram acolhidos – a autora diz que, “para todos os efeitos, eram súditos britânicos”) e os retornados brasileiros.
O papel político desses grupos se insere numa dinâmica do local, caracterizada (1) essencialmente por interesses comerciais e (2) pelas relações entre a “costa” (Lagos) e o “interior” (cidades-estado como Ijebu-Ode, Abeokuta, Ilesha, Ibadan, Ondo) – “transição de dois pólos”/retornados desempenham papel importante na mediação das relações entre a costa e o interior.
Personagens: saros, retornados brasileiros, ingleses e a população local.
Lagos
A partir da metade do século XIX, a política de Lagos se dividia em:
(1) Política interior: baseada nas relações dos segmentos da comunidade de origem estrangeira e as autoridades locais da cidade.
(2) Política costa-interior: centrada na rede comercial entre as comunidades de Lagos e o interior.
Relações costa-interior
- Costa/Porto de Lagos: comandava o comércio transatlântico.
- Interior/cidades-estado do interior: controlavam as rotas de comércio e produziam as matérias-primas para exportação.
Dada a função dos estados do interior, Lagos dependia fortemente de alianças com tais cidades. Assim, por conta da demanda pelas matérias-primas, a demanda por mão-de-obra no interior era elevada e isso era motivo de guerra constante entre esses estados (na verdade, à época, os estados do interior estavam em constante conflito). Tais guerras tinham finalidades econômicas, como fornecer então mão-de-obra escrava para a lavoura.
Conflitos entre as autoridades locais e os retornados
Os retornados, brasileiros e saros, apoiaram-se nos ingleses para manterem independência em relação às autoridades locais. Foi instituído um tribunal nomeado Committe of Liberated Africans, composto pelos retornados, para