RESUMO A norma oculta - língua & poder na sociedade brasileira
RESUMO
BAGNO, Marcos. A norma oculta - língua & poder na sociedade brasileira. 2ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. ISBN: 85-88456-12-5
No início de “um pouco de história: o fantasma colonial & a mudança linguística”, Bagno introduz o leitor a grande questão da diferença que existe entre a norma-padrão e o português brasileiro. As pessoas ditas “cultas” tendem a dizer que utilizam a norma-padrão e que os “incultos” utilizam a língua recheada de vícios linguísticos, erros e barbarismos. Bagno desconstrói essa perspectiva ao afirmar que as variedades prestigiadas e as variedades estigmatizadas tendem a se nivelar ou seja, tanto hábitos linguísticos podem ser introduzidos da camada, grosso modo, “culta” para a “inculta” quanto da camada “inculta” para a “culta”, esses geralmente não aceitos pela norma-padrão. Essa carga de preconceito que podemos perceber da classe escolarizada é advinda das diferenças linguísticas que se pode perceber na sociedade. No discurso dos escolarizados é comum ouvirmos o “certo” e o “errado” para demarcar uma fronteira, no entanto Bagno afirma no seu estudo empírico que as diferenças são menos numerosas que as semelhanças. Afirma-se que em todo e qualquer país do mundo, é possível perceber as variedades no modo de falar das classes mais letradas e das economicamente desprivilegiadas, no entanto essa diferença é mais acentuada no Brasil devido a hegemonia do português que é discutida mais tarde no mesmo texto. Bagno conduz o leitor a questionar o que ele chama de “fantasma colonial” ao levantar a discussão bastante plausível do sentimento do brasileiro de que não sabe falar o português, e sim que apenas os portugueses são os verdadeiros especialistas dessa língua. Esse sentimento não vem apenas da classe alta para a classe baixa, mas também dos ditos letrados com os próprios. Esse “fantasma colonial” é fruto da imposição dos portugueses no ensino da sua língua no Brasil, imposição essa que começou