Transferência linguística do alemão para o português
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS
PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA
Autor: Rita Marcia Feiden
E-mail: marcia34_souza@hotmail.com
Disciplina: Teorias Sociolinguísticas e Competência Discursiva
Professora: Rosi Ana Gregis
Novo Hamburgo, junho de 2012
“Do mesmo”, uma transferência linguística alemã
Rita Marcia Feiden
Orientação: Rosi Ana Gregis
Rosemari Lorenz Martins 1. Considerações iniciais A variação linguística está presente em todas as línguas, independentemente de tempo ou lugar. A variação de uma língua pode ocorrer tanto na modalidade escrita quanto na oral, nesta última, ela fica mais evidente, porque a fala é mais espontânea, pois, por meio dos diálogos informais, a fala é menos cuidada. Isso não significa, contudo, que a fala seja o lugar do caos, pois, mesmo que seja menos normatizada em relação à gramática normativa da língua escrita, toda a variação segue regras definidas. Dessa forma, para fazer um estudo de variação, é mais interessante utilizar a modalidade falada. Muitos estudos já foram realizados falando sobre diversos assuntos que envolvem a transferência linguística, essa temática, contudo, não se esgotou, pois há diversos âmbitos de análises, de investigações linguísticas possíveis. Essas transferências podem ser fonético-fonológicas, lexicais, sintáticas, semânticas ou morfológicas. Dentro das transferências lexicais, uma das que chama minha atenção é o uso de “do mesmo”, muito frequente entre os falantes bilíngues, do Hunsrückisch, a língua de imigração trazida pelos imigrantes alemães na década de 1820, doravante H, e do português brasileiro, doravante PB. Chama a atenção que essa expressão é usada inclusive pelos habitantes das regiões de colonização alemã que nem são bilíngues nem possuem descendência alemã. Além disso, a expressão é utilizada por diferentes classes sociais, entre