Resumo A Fala do crime
antropóloga Teresa Caldeira, tem por objetivo a observação do que ela chama de “A fala do
crime”, ou seja, os discursos, histórias, brincadeiras, etc., que têm a violência como tema e como
isto afeta o nosso diaadia. A antropóloga Teresa Caldeira realiza neste capítulo a análise de um
depoimento que uma filha de imigrantes italianos lhe dá.
O depoimento começa pautando o local onde mora, um bairro de imigrantes, em São Paulo,
chamado de Móoca, ela diz que o bairro antigamente era muito bom, onde todos viviam felizes e
de bem com a vida, um local onde só moravam pessoas educadas e boas e que, nos dias atuais, o
bairro está “empesteado” por nordestinos pobres, os quais ela acusa de serem todos marginais,
favelas e cortiços que tornam o bairro feio e acabado. Em seu depoimento, ela conta que foi
assaltada(sempre por nordestinos, ainda que para ela não parecessem nordestinos) algumas vezes e
que isso tirou sua saúde de alguns membros de sua família. Esta senhora defende a pena de morte,
defende um castigo severo para que possa servir de exemplo para outros criminosos, pois, assim,
os criminosos não transgrediriam a lei, desprezando os direitos humanos daqueles que, para ela,
não deveriam ter direito algum.
Em sua análise do depoimento e da Fala do crime, a antropóloga defende que estas narrativas têm
o objetivo de simplificar o fenômeno da violência e dividir o mundo em dois polos, algo simples,
como o bem contra o mal e utiliza de muito drama para dividir o tempo em dois, aquele antes do
crime, o tempo bom, feliz, e aquele depois do crime, o ruim, triste, que levou embora sua saúde e
que sua vida foi reduzida ao medo. A antropóloga acredita que as mudanças que ocorreram no
bairro não foram apenas devido ao fato da criminalidade, mas as transformações geográficas que a
cidade de São Paulo sofreu, e que tornar o crime como