Resumo Prova
"O Corte" denuncia de forma contundente os efeitos do capitalismo, a globalização e a sociedade de consumo. O nome do filme nos faz pensar sobre o sentido da palavra "corte". No discurso neoliberal, corte quer dizer cortar os excessos, conter, racionalizar, reduzir...; no "Aurélio", cortar é separar uma parte de um todo, eliminar; abortar; interromper ou dividir.
O filme narra a estória de um executivo que é demitido de uma empresa. Ele acreditava na recuperação rápida do mercado de trabalho, o que não se confirma com o tempo. Disposto a voltar para o antigo cargo, ao invés de enfrentar um recomeço, o protagonista decide registrar uma caixa-postal e colocar um anúncio fictício no jornal. Ele recebe dezenas de cartas e começa analisar os candidatos. No meio do seu estudo, o protagonista decide que a melhor maneira de recuperar a vaga é assassinar o dono dos melhores cinco currículos e o homem que ocupou sua vaga na empresa. Ele decide eliminar um a um os executivos que apresentam um perfil semelhante ao seu, considerando-os como adversários e inimigos mortais. O personagem segue o preceito mais famoso do filósofo Maquiavel que diz que os fins justificam os meios.
A violência dos assassinatos alia-se à publicidade agressiva. Ao longo de todo filme, sapatos, jóias, carros e mulheres aparecem em painéis publicitários espalhados pelas ruas. O discurso econômico que fundamenta as demissões, os assassinatos e a publicidade é a prova de uma sociedade em que o individualismo, em parceria com o consumismo, é o indicador máximo das relações. O humano que não acumula bens é descartável como são os produtos e objetos.
O final do filme é surpreendente. O sujeito consegue se reintegrar à empresa, porém não está livre do risco de ser eliminado. A ameaça dessa vez vem representada pelo sexo feminino, num campo de competição que até então havia sido predominantemente masculino. O possível novo concorrente, uma bela mulher... Talvez a mesma mulher de tantos cartazes,