Resumo Orientalismo
Porém, a definição e descrição desse outro, o oriental e sua sociedade inferior, estão inseridos numa lógica muito mais complexa, a verdade é que foi necessária a elaboração de um discurso de alteridade para diferenciar aqueles produtores do discurso, “nós” os dominantes, daqueles sobre os quais se discursava, “eles”.
Assim, essa divisão “leste – oeste”, “Oriente – Ocidente” é produto de um esforço humano para a criação de certa identificação (Ibid, p.13). O Oriente, tratado desde a Antiguidade como um lugar de exotismos, paisagens encantadas e lembranças extraordinárias, foi usado como uma das maiores fontes inspiração para a definição de Outro, ajudando assim a atribuir ao Ocidente uma imagem e personalidade própria devido a essa experiência de contraste (Ibid, p.28).
Desta forma, os orientais passam a constituir uma gente que não é como “nós” e não aprecia “nossos” valores, formando assim o dogma central dos orientalistas (Ibid, p.16), que colocam-se em posição de superioridade frente aqueles Outros, não só a fim de legitimar seu discurso sobre eles, mas de retirar-lhes a capacidade de agência e de definição da própria história e futuro.
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