Orientalismo
SAID. Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Trad. Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 2003
1) Conhecer o Oriental
A presença da Inglaterra no Egito, a dúvida de alguns parlamentares sobre essa situação e o discurso de Arthur James Balfour utilizando o termo “oriental”, questão levantada por J. M. Robertson. “Que direito tem de assumir esses ares de superioridade em relação a um povo que escolheu chamar de oriental?” (Said, pg. 42, parágrafo 1).
A justificação da necessidade de ocupação britânica no Egito por Balfour ancorada em dois temas: saber e poder. Para este, “a supremacia está associada ao “nosso” conhecimento do Egito, e não principalmente ao poderio militar ou econômico.” (Said, pg. 42, parágrafo 3).
Relações orientais-européias de força (Europa) e submissão (Oriente). O conhecimento, a capacidade de autogoverno e seus devidos pesos ligados diretamente a superioridade e ao pré-conceito sobre o oriental. O benefício que a ocupação colonial oferecia ao Egito. “O Egito não era apenas mais uma colônia: era a legitimação do imperialismo ocidental” (Said, pg. 45, parágrafo 2). A continuidade lucrativa da Inglaterra no Egito deveria segundo Cromer – cônsul-geral do império da Inglaterra – continuar entendendo as limitações dos submetidos “e esforçar-se por encontrar, no contentamento da raça submetida, uma mais digna e, podemos esperar mais sólida união entre os governantes e os governados” (Said, pg. 47, parágrafo 1).
A disseminação crescente explorada pelas ciências, a partir do século XVIII, na Europa sobre o Oriente. A dualidade na concepção de Balfour e Cromer: racional europeu x irracional oriental; maduro europeu x infantil oriental e por ai vai. “O oriental é apresentado como algo que se julga, algo que se estuda e se descreve, que se disciplina, algo que se ilustra”. (Said, pg. 50-51, parágrafo 2). A renascença oriental provavelmente a partir do final do XVIII e